sábado, 28 de março de 2009

" Um Mundo, Vários Museus " - Centre National d'Art et de Culture Georges-Pompidou

Atlelier Brancusi, Musée national d`art Moderne

O "Centre National d'Art et de Culture Georges-Pompidou" localiza-se na Praça Beaubourg, próximo de Les Halles, no coração do Marais, um dos bairros históricos do centro de Paris. Constitui um edifício plurifuncional com vocação cultural e reúne, para além de um museu de arte moderna, uma biblioteca pública, um centro audiovisual com auditório e uma grande área para exposições temporárias. Foi patrocinado pelo Estado Francês e tinha como objectivo a criação de uma instituição voltada para o grande público. O concurso público para selecção da equipa projectista, aberto em 1971, teve como vencedores a dupla formada pelos arquitectos Renzo Piano (1937-) e Richard Rogers que apresentaram uma proposta que se fundamentava em dois princípios: sofisticação tecnológica e flexibilidade espacial.


O edifício foi desenhado como um grande armazém com vários pisos suportados por uma superestrutura metálica, formando um esqueleto exterior o que liberta as lages de qualquer ocupação e permite que as fachadas se tornem integralmente transparentes. As grandes vigas pré-fabricadas têm um espaçamento de treze metros e vencem um vão de quarenta e oito metros. Uma praça fronteira ao edifício prolonga as suas funções e vivências. Todos os elementos construtivos exteriores foram dotados de um código cromático identificador: as escadas e os elevadores são vermelhos, os tubos de ar condicionado azuis, a rede de água verde e os sistemas eléctricos amarelos. Estas tubagens mantêm-se aparentes e definem-se como elementos ornamentais, tornando-se particularmente expressivas na fachada nascente.


O lado oposto do edifício é dominado pelo longo cilindro transparente suspenso que contém as escadas rolantes e permite em simultâneo uma vista espectacular da cidade. Tipologica e conceptualmente, o Centro Georges Pompidou deriva dos grandes edifícios expositivos do século XIX, em forma de caixas de ferro e vidro que contêm espaços universais capazes de acolher todo o tipo de actividades, oscilando entre o contentor neutro e a gigantesca máquina cultural dotada de significativa musculatura e de infinita flexibilidade funcional. Revelou-se, com o uso, que esta flexibilidade era excessiva e respondia de forma difícil à especificidade funcional que era a de conter obras de arte, o que obrigou à construção de um novo edifício no interior por forma a garantir-se superfície mural suficiente para colocar as obras de arte. Outro dos aspectos mais criticados nos primeiros anos de vida deste edifício foi a sua indiferença em relação à envolvente próxima e a neutralidade e abstracção da sua imagem exterior que se revelava incapaz de representabilidade institucional. Apesar disso, o Centro Georges Pompidou foi rapidamente adoptado como local de visita pela população parisiense e pelos inúmeros turistas que passam pela capital e transformou-se num centro difusor da cultura contemporânea extremamente activo e num dos edifícios mais visitados de Paris. Um dos segredos do seu sucesso popular foi sem dúvida o carácter sensacionalista e apelativo da sua arquitectura.

A nivel da colecção, foi a melhor que já vi, claramente virado para os artistas do seculo XX, que invariavelmente percorre todos os meus pintores favoritos, inclusive foi surpreendido ao encontrar dois dos meus quadros favoritos, obras que sempre me marcaram! Nada melhor que mostrar algumas fotos quando falamos de arte.

Francis Picabia - "Udnie" (1913)
Francis Picabia - "Udnie" (1913)

Francis-Marie Martinez Picabia ( 1879-1953) : pintor e escritor francês, forte influência do impressionismo e do fauvismo ( simplificação das formas, o primado das cores, e uma elevada redução do nível de graduação das cores utilizadas nas obras). Esteve vinculado ao cubismo e foi membro do grupo "Puteux", onde conheceu os irmãos Duchamp. Suas primeiras pinturas cubistas, eram muito próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e transparentes. Homem rico, rebelde, extravagante, pintor e poeta muito imaginativo, Picabia foi um grande comunicador, das vanguardas que surgiram no decorrer das primeiras décadas do século XX. Seu pai era descendente de uma rica familia espanhola exilada em Cuba e sua mãe pertencente á burguedia parisiense. Mente singularideal, começou com as paisagens que marcam a sua ruptura com Pissaro e Sisley e avança pelos retratos de imitação ou reprodução já completamente desordenados e originais. Picabia utiliza o que lhe cai nas mãos: revistas, fotos, objectos, frases, imagens nobres e infames, figuras mitológicas, coisas da moda e da memória.

Para ver e compreender a obra de um gênio como Francis Picabia é preciso esquecer o que se aprendeu. Mesmo que quase tudo seja pintura na enorme retrospectiva que lhe dedica o Museu de Arte Moderna de Paris até 16 de março, não é a “boa pintura” que se encontra ali. Impressionista, orfista, dadaísta, figurativo, abstrato, poeta, romancista, crítico, polemista, diretor de revista, roteirista, cenógrafo, realizador de balés, festas e performances, Picabia, que utilizou ainda o cinema e a fotografia, foi antes de tudo um “antipintor” que precocemente previu a crise da arte.
No entanto, para revelar a aventura ardente e ao mesmo tempo cética do múltiplo e excêntrico artista francês, amigo de Marcel Duchamp antes ainda da primeira guerra, não há outra maneira senão uma exposição ajuizada e cronológica como esta. Também não é possível mostrar a totalidade do que ele produziu, cerca de mil telas apenas em seu período impressionista de 1902 até 1912. Excessivo em tudo, na pintura, no verbo, no amor, Picabia – que nunca se levou realmente a sério – foi um dos talentos mais fecundos e complexos do século 20.
O percurso da mostra, que se chama Francis Picabia, Singular Ideal, começa com as paisagens que marcam a sua ruptura com Pissaro e Sisley e avança pelos retratos de imitação ou de reprodução já completamente desordenados e originais. Tudo é simultâneo, livre e recorrente. Como as suas espanholas com o xale e o pente, que voltam em todas as épocas. Picabia utiliza o que lhe cai nas mãos: revistas, fotos, objetos, frases, imagens nobres e infames, figuras mitológicas, coisas da moda e da memória. Concebe uma pintura que retraça todos os seus desejos e pensamentos por mais absurdos que possam parecer.
A mecânica mental do artista torna-se por um triz indecifrável e mesmo perturbadora, pois, às vezes, alia a graça e a elegância a uma espécie de perversidade quase criminosa. Como Duchamp, ele desmonta todas as aparências. Único artista europeu a participar do famoso Armory Show de 1913 em Nova York, declarou à imprensa americana: “Não pinto o que meus olhos vêem. Pinto o que vê o meu espírito, a minha alma.”
Foi depois da experiência americana que Francis Picabia iniciou o seu período das máquinas no qual ele desenvolveu desenhos com morfologias de rodas, engrenagens, bombas e compressores combinadas com textos e pensamentos. Apaixonado pela iconografia de aparelhos e instrumentos, mundano e grande apreciador de mulheres e automóveis, ele já havia passado pela guerra e se tornado um dadaísta convicto.
Aqui, para a nossa tortura mental, entram pinturas absolutamente conceituais como a sua assinatura transformada em obra, o quadro L'Öil cacodylate assinado por todos os amigos que passavam em seu ateliê e até mesmo os trabalhos kitsch com nus roubados das revistas Paris Plaisir ou Paris Sex Appeal. Centenas de publicações, aforismos, escritos, caligramas estão entre as séries pictóricas realizadas nos anos 20 e 30. Mas Picabia também verte nas telas muitas coisas sombrias e patéticas onde a morte é onipresente. E não poderia ser de outra maneira: o que está cheio de vida carrega igualmente o seu fim.
Da mesma forma como acontece com muitos artistas, no final Picabia chega à gravidade e à profundidade do monocromo. Não o monocromo puro, mas recoberto por pequenas manchas e pontos onde a realidade não é mediada pois a pintura torna-se ela mesma uma nova realidade que não pode ser avaliada em termos formais ou simplesmente pictóricos.
Não nos surpreende que este caminho extraordinário, que debuta no final do século 19 e se finda em 1953 com a sua morte, tenha influenciado tantos artistas contemporâneos. A sua ressurreição começou já no início dos anos 70 e em 1976 o Centro George Pompidou lhe consagrou uma retrospectiva. Até então, era conhecido apenas o Picabia gozador, audacioso e irreverente, o dadaísta amigo de Duchamp, autor de revistas hilariantes e inventor das não menos engraçadas discordâncias com André Breton.
Há duas décadas, contudo, é o pintor que reaparece colocando a luz sobre a mistura de referências e culturas que encontramos no neoexpressionismo ou na transvanguarda. Ele aparece no momento em que o minimalismo e a arte conceitual perdem autoridade e em que as noções de materialidade e sensualidade tornam-se novamente aceitáveis depois de uma década de proibição. Basta lembrar de Julian Schnabel, David Salle ou ler o que escreveram sobre ele Christo, Dietman, Barceló, Blais, Alberola, Viallat e tantos outros.
É difícil compreender Jeff Koons, Mike Kelley e até mesmo Andy Wharol, hoje em dia, sem pensar em Picabia. Descobre-se que trabalhos de muitos pintores como Malcolm Morley e Eric Fischl nos Estados Unidos, Corpet e Pencreach na França, Kippenberger, Oehlen e Polke na Alemanha, por exemplo, não diferem muito do de Picabia feito em 1930! No caso de Sigmar Polke, o parentesco é evidente: exatamente como o seu mestre, ele desliza imagens transparentes umas sobre as outras e joga com as superposições. Do mesmo modo prefere a fluidez, a leveza e a incoerência da memória.
Outros ainda declaram a sua admiração: Armleder, Bertrand Lavier, Lebel… a lista é imensa. Porém, o que faz com que Francis Picabia se iguale a Picasso e a Duchamp no grau de paternidade que ele mantém para as mais novas gerações é talvez o que definiu a dupla Peter Fischli e David Weiss: “Para nós, dizem eles, Picabia jamais se revelou no primeiro grau. Há sempre um outro estrato. Ele nos abriu as portas da ironia: pinta algo que tem o ar de ser isto ou aquilo, mas é outra coisa (…) Não se trata apenas de pintura, mas de arte. Picabia pensa sobre a arte por meio de imagens e abre realmente o campo à arte da vida, ao cotidiano, ao trivial e nos coloca pequenas questões (…) O que nós amamos em Picabia é essa capacidade de mudança permanente, esta maneira de estar sempre aberto à vida, de passar por cima de tudo sem ficar escravo de uma idéia única ou de um estilo.”

The City of Paris 1913 by Robert Delaunay




The City of Paris 1913 by Robert Delaunay ( detail)


"Manege de Cochons" The Pig Farmer, 1922

Rhythm, Joie de Vivre Robert-Delaunay


Robert Delaunay ( 1885-1941): artista françês que usava o absatracionismo e o cubismo em seu trabalho. Sua influência chave relacionou-s ao uso do bold ( realçe da cor), e um amor desobstruído da experimentação da profundidade e do tom. Em 1909, Delaunay começou a pintar uma série de estudos da cidade de Paris e da Torre Eiffek. Pelo convite de Wassily Kandinsky, Delaunay junta-se ao grupo "O Cavaleiro Azul", um grupo de artistas abstratos de Munique, em 1911, e sua arte se volta ao abstrato.


František Kupka (1871-1957) : Pintor Checo, Nascido em Opocno na Boémia oriental, era filho de um escriturário de notário. A sua vida de artista começa a formar-se aos 13 anos, quando trabalhou num atelier de esfolagem. Aqui é influenciado pelos temas do ocultismo ( gosto pelo sobrenatural e secreto, interesse pelos fenômenos sobrenaturais). Ingressa na Escola de Artes Aplicadas de Jaromer, mais tarde entra na Academia de Belas Artes de Praga, onde se licencia em 1892. Após a licenciatura, Kupka parte para Viena, Áustria, onde estuda na Akademie der Bildenden Kuste, e toma contacto com o Gustav Klimt, Arnold Schonberg e Sigmund Freud, aprofundando o seu lado oculto. Em 1896 viaja para PAris, onde se instala definitivamente, a influencia desta maravilhosa cidade teve um efeito libertador da influência obscura de Viena. Por volta de 1906, Kupka dedica-se ao estudo da cor, elaborando pinturas de colorido intenso, e de pinceladas arbitrárias. Influenciado pelos irmãos Ducham Villon, seus vizinhos no bairro Puteaux, onde residia, Kupka frequenta reuniões dedicadas ás artes plásticas, e á ligação da matemática ao cubismo. Kupka incia, assim o caminho para a abstracção, através de pinturas como Discos de Newton ( 1911) ou Amorfa (1912). Em 1912, Kupka, juntamente com Robert Delaunay, Fernand Léger e Francis Picabia, fás parte de um grupo de artistas integrados no movimento órfico. Na 1º Grande Guerra, Kupka alista-se no exércio, e chega á posição de capitão. Por influencias pelas guerra, Kupka inicia o chamado ciclo orgânico. Sua primeira exposição individual, em 1920, é bem aceite pela crítica, mas fracassa em vendas, o que o leva a retirar-se da vida artística. Anos 30, marcou uma fase de mudança positiva para Kupka, é convidado para fazer parte de uma associação Abstraction-Création, e expõe durante três anos as suas obras, neste período, a sua obra é dedicada ao abstraccionismo geométrico. Anos 40 marcam, de novo, uma fase negativa, e se vê obrigado a retirar de Paris, em 1940. Cada vez é mais reconhecida a contribuição deste pintor para a definição das primeiras fases do movimento da arte abstracta.







Estes dois pintores são dois dos meus pintores de excelencia, daí merecem de minha parte toda esta minha atenção.

É política deste museu mudar regularmente a colecção que é exposta ao publico, pois no acervo deste museu figuram mais de 60.000 obras de arte, de modo que seja possivel demonstrar o caracter multidisciplinar e vasta da mesma colecção. O primeiro piso que visitamos expõe a colecção de arte contemporãnea e as diferentes formas como tal se manifestou desde os primeiros anos 1960 até aos dias de hoje, representado pela Arte Minimalísta " Minimal Art", Arte Conceptual " Conceptual Art" e Anti-Forma " Anti-Form. No Segundo piso, a colecção foca-se na história de arte de 1905 a 1960, nesta representação cronologica, cada divisão deste piso era dedicada a um unico artista!!


René Magritte (1898-1967), "Le Double Secret, 1927"

Pablo Picasso

Antoine Pevsner (1884-1962), Masque 1923

Sala de Piet Mondrian

Chagall

Modigliani

Robert Delaunay

Jean Atlan

Jean Atlan


Auguste Herbin

Robert Delaunay

Sala Robert Delaunay

Jean Hélion

Chagall

Juan Gris

Nathalia Gontcharova

Giacomo Balla

Robert Delauny

Informações uteis:

Centre George Pompidou Place Georges Pompidou, Paris

Tel.: (+33) 01 44 78 12 33

Mêtro: Rambuteau, Hôtel de Ville RER: Châtelet-Les-Halles

BUS: 21, 29, 38, 47, 58, 69, 70, 72, 74, 75, 76, 81, 85, 96

LINK'S:

http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Accueil.nsf/tunnel?OpenForm

http://www.paris.org/Musees/Beaubourg/info.html

http://conexaoparis.wordpress.com/2007/08/13/como-visitar-o-museu-georges-pompidou-em-paris/

http://www.ambafrance.org.br/abr/label/label25/artes/pompidou.html

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