Museu Nacional de Arte Contemporãnea - Museu do Chiado
Arte Moderna em Portugal
De Amadeo a Paula Rego, 50 anos de Arte Portuguesa (1910-1960)
Trata-se de uma exposição que apresenta as diferentes fases da construção da modernidade, em Portugal, durante a primeira metade do século XX. Desde a ruptura modernista de Amadeo de Souza-Cardoso, no início do século, até aos estudos magistrais de almada Negreiros para as gares marítimas; das primeiras obras de
Para além da colecção do MMNAC-MChiado, a mostra conta com obras provenientes de outros museus, como a Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Arpad Szénes/ Vieira da silva, Fundação Berardo, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso e de várias colecções privadas, bem como de depósitos recentemente realizados nesta instituição. Constitui, por isso, umm momento priviligiado para uma observação e leitura deste período, que transformou o curso de arte portuguesa. A exposição, que ocupa a totalidade do museu, divide-se em 6 núcleos: Primeiros Modernismos, Almada e as GAres Marítimas, Abstraccionismo Geométrico, Neo-realismo, Surrealismo, Figuração e abstracção. Cada um destes núcleos é acompanhado por um texto de sala que faz uma contextualização histórica das obras e dos movimentos apresentados. Outro aspecto de especial relevância desta exposição reside na ênfase que é dada á chamada terceira geração modernista, que se revela em meados da década de 40. A extensão e diversidade das obras dos seus protogonistas permite compreender como estes artistas trouxeram para o contexto nacional uma profunda vontade de relizar uma modernidade até aí incipiente e episódica. Também a sua divisão em movimentos como Abstraccionismo Geométrico, o Neop-realismo ou o Surrealismo foi demonstrativa da maior complexidade e do aprofundamento do fenómeno moderno possibilitado por esta geração.
Maria Helena Vieira da Silva, até á sua consagração mundial na década de 50; da emergência dos Surrealistas, abstratos e Neo-realistas, passando pelos confrontos entre a figuração e abstracção, até ás primeiras obras de Joaquim Rodrigo e Paula Rego, que anunciam um novo tempo, é assim possível observar a dinâmica dos pioneiros da modernidade. Pela primeira vez é adicionada a fotografia, que foi realizada paralela e sumltaneamente a estes movimentos. Por vezes esquecida, outras relegada para um domínio lateral, a prática fotográfica dos seus pioneiros modernos interpela e complementa aqueles movimentos artísticos.Artistas:
Abel manta, Adelino Lyon de Castro, Alexandre O´Neil, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, António Pedro, António Soares, Canto da Maia, Carlos Botelho, Cruzeiro Seixas, Dominguez Alvarez , Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Eduardo Harrington Sena, Fernando de Azevedo, Fernando Lanhas, Fernando Lemos, Francisco Franco, Gérard Castello-Lopes, Hein Semke, Henrique Risques Pereira, João Hogan, Joaquim Rodrigo, Jorge de Oliveira, Jorge Vieira, Júlio Pomar, Júlio Reis Pereira, Júlio Resende, Manuel Filipe, MArcelino Vespeira, Mário Cesariny, Mário Eloy, Mário Henrique Leiria, Nadir Afonso, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Querubim Lapa, Rogério Ribeiro, Sá Nogueira, Santa-Rita Pintor, Varela Pécurto, Victor PAlla, Vieira da Silva.
Introdução:
Esta exposição traça um percursp pelas práticas artísticas da primeira medade do século XX, em Portugal, e apresenta a sua lenta e complexa modernização num contexto cultutal e politicamente adverso. Quando as distâncias entre os países europeus iniciaram o seu processo de colapso e a circulação da informação se constituiu como parte triunfante do novo mundo, a arte moderna portuguesa desenvolveu-se por episódios singulares e amplas descontinuidades. A reacção a este contexto foi a emigração de alguns dos mais relevantes artistas para Paris: primeiro Amadeo de Souza-Cardoso, situação interrompida pela Grande Guerra e sua morte prematura; posteriormente o caso maior e definitivo de Maria Helena Vieira da Silva, a quem Salazar viria a retira a própria nacionalidade. As dinâmicas das vanguardas sobre o incipiente contexto moderno permitiram construir um conjunto significativo de experiências, quer no início do século, quer na transição da década de 40 para 50s, com a terceira geração modernista. Também pela primeira vez se apresentam os desenvolvimentos da prática fotográfica desenvolvidos neste período. Quase sempre marginalizados pela História da Arte surgem agora como uma participação plena e em diálogo com as outras práticas artísticas. É para esta época e reconfiguração da modernidade então operada, que esta exposição presta especial atenção. Foram de facto os Abstraccionistas, os Neo-realistas e os Surrealistas que produziram essa modernidade prometida por Amadeo de Souza-Cardoso, passada como testemunho por Almada Negreiros e que estes artistas deram corpo e conflitualidade. No seu limite Joaquim Rodrigo e Paula Rego abriram outros caminhos para novas ficções. Amadeo de Souza-Cardoso e os Primeiros Modernismos: O Modernismo surgiu em Portugal na sequência de Revolução da República, em 1910, das estadas dos artistas em Perus e das cescenttes trocas de informação e contactos com as vanguardas emergentes, que esta situação proporcionou. Também a geração lirerária, reunida em torno de Fernando Pessoa e das revistas Ordeu ou Portugal Futurista, deu ao moviemnto modernista uma importantíssima amplitude e profundidade. Amdeu de Souza-Cardoso, fixado em Paris, foi o único artista que participio em algumas das mais revelantes exposições da vanguarda internacional. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial ficaria exilado no seu próprio país, ainda que acompanhado durane o ano de 1915 pelos Delaunay. Aqui desenvolveu solidariamente as experiências mais radicais sobre as novas concepções de espaço pictórico, até morrer prematuramente, em 1918. Depois do conflito, uma segunda geração estagiou em Paris, sem participações significativas em exposições ou novas experiências e trazendo para Portugal uma modernidade conservadora, distanciada das vanguardas. Apenas Mário Eloy conheceu outras referências, em Berlim. O contexto artístico local mantinha-se "um mal-entendido sem remédio", nas palavras de Almada Negreiros. É apenas nos meados da década de 1930 que ocorre uma assimilação superficial da modernidade, então dedinida por António Ferro, o seu promotor oficial tolerado pelo fascismo, nos limites de um "indispensável equilíbrio", sem "incompatibilidade entre um regimo de Autoridade consciente e a arte moderna". Nesse anos 30, Almada Negreiros, regressado de Madrid onde fora compreendido e estimado, desenvolve um retorno ao classicismo de matriz picassiana, dando início a uma pesqueisa sobre o cânone ocidetal, que ocupará o seu trabalho futuro. Simultaneamente ocorrem outras tentativas dispersas de reformulação do modernismo com nocas propostas intedradas no quadro das vanguardas internacionais. António Pedro, em Paris, retoma a exploração da relação entre palavra e espaço, iniciada com a geração do Orfeu, para seguidamente realizar as primeiras pinturas surrealistas, juntamente con António Dacosta. M. H. Vieria da Silva dá inicio ás suas explorações espaciais a partir de arquitecturas imaginadas ou transfiguradas. Abstracção Geométrica: Este anos, de 1945 até ao final da década seguinte, assistem á entrada em cena de uma geração jovem preocupada com um envolviemnto profundo nas diferentes vias da modernidade e das suas manifestações de vanguarda. Tratou-se assim de constituir uma mais complexa elaboração dos aspectos com que as práticas artísticas se articulavam. No pós-guerra europeu, a prática da abstração construtivista reconstitui-se como uma vanguarda no Salon des Réalités Nouvelles de Paris e que encontrou desenvolvimentos significativos no contexto portugês. Foram assim os pintores abstractos geométricos que resgataram uma prática vanguardista interrompida durante três décadas com a morte prematura de Amadeo de Souza-Cardoso. Para artistas como Fernando Lanhas, Nadir Afonso ou Joaquim Rodrigo o dado primeiro da pintura é a especificidade formal dos seus elementos estruturais. As suas pesquisas centram-se num conhecimento essencialista da pintura e da busca de uma harmonização dos seus elementos constitutivos. Fernando Lanhas construiu diferentes cruzamentos não-ortogonais de linhas, que delimitam áreas poligonais irregulares, conferindo uma tensão e equilíbrio de formas que não excluem uma incerteza inerente á busca do conhecimento da pintura. A partir de 1949 implicou a pintura em elementos naturais como seixos cuja forma motiva a inscrição dos seus elementos geométricos. Nadir Afonso, trabalhando como arquitecto, em Paris, com Le Corbusier, partiu de formas geométricas da natureza e das suas intensidades cromáticas para operar sobre as suas relações de proporção e produzir formas complementares a partir das primeiras. Designou essa unidade formal geométrica de harmonia. As suas pinturas deste período apresentam-se como bandas onde se inscrevem ritmicamente os elementos geométricos, que se prolongam para lá dos limites da tela. Joaquim Rodrigo desenvolveu progressivamente uma procura da unidade entre a forma e o espaço matricial da pintura onde aquela se inscreve, para chegar a uma teoria da cor que lhe permitiu a unidade plena de todos os elementos pictóricos. O seu sistema de composição puramente matemática ultrapassou o tradicional modelo sensitico e aproximou-o de problemáticas minimalistas.
Para além da colecção do MMNAC-MChiado, a mostra conta com obras provenientes de outros museus, como a Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Arpad Szénes/ Vieira da silva, Fundação Berardo, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso e de várias colecções privadas, bem como de depósitos recentemente realizados nesta instituição. Constitui, por isso, umm momento priviligiado para uma observação e leitura deste período, que transformou o curso de arte portuguesa. A exposição, que ocupa a totalidade do museu, divide-se em 6 núcleos: Primeiros Modernismos, Almada e as GAres Marítimas, Abstraccionismo Geométrico, Neo-realismo, Surrealismo, Figuração e abstracção. Cada um destes núcleos é acompanhado por um texto de sala que faz uma contextualização histórica das obras e dos movimentos apresentados. Outro aspecto de especial relevância desta exposição reside na ênfase que é dada á chamada terceira geração modernista, que se revela em meados da década de 40. A extensão e diversidade das obras dos seus protogonistas permite compreender como estes artistas trouxeram para o contexto nacional uma profunda vontade de relizar uma modernidade até aí incipiente e episódica. Também a sua divisão em movimentos como Abstraccionismo Geométrico, o Neop-realismo ou o Surrealismo foi demonstrativa da maior complexidade e do aprofundamento do fenómeno moderno possibilitado por esta geração.
Maria Helena Vieira da Silva, até á sua consagração mundial na década de 50; da emergência dos Surrealistas, abstratos e Neo-realistas, passando pelos confrontos entre a figuração e abstracção, até ás primeiras obras de Joaquim Rodrigo e Paula Rego, que anunciam um novo tempo, é assim possível observar a dinâmica dos pioneiros da modernidade. Pela primeira vez é adicionada a fotografia, que foi realizada paralela e sumltaneamente a estes movimentos. Por vezes esquecida, outras relegada para um domínio lateral, a prática fotográfica dos seus pioneiros modernos interpela e complementa aqueles movimentos artísticos.Artistas:
Abel manta, Adelino Lyon de Castro, Alexandre O´Neil, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, António Pedro, António Soares, Canto da Maia, Carlos Botelho, Cruzeiro Seixas, Dominguez Alvarez , Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Eduardo Harrington Sena, Fernando de Azevedo, Fernando Lanhas, Fernando Lemos, Francisco Franco, Gérard Castello-Lopes, Hein Semke, Henrique Risques Pereira, João Hogan, Joaquim Rodrigo, Jorge de Oliveira, Jorge Vieira, Júlio Pomar, Júlio Reis Pereira, Júlio Resende, Manuel Filipe, MArcelino Vespeira, Mário Cesariny, Mário Eloy, Mário Henrique Leiria, Nadir Afonso, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Querubim Lapa, Rogério Ribeiro, Sá Nogueira, Santa-Rita Pintor, Varela Pécurto, Victor PAlla, Vieira da Silva.
Introdução:
Esta exposição traça um percursp pelas práticas artísticas da primeira medade do século XX, em Portugal, e apresenta a sua lenta e complexa modernização num contexto cultutal e politicamente adverso. Quando as distâncias entre os países europeus iniciaram o seu processo de colapso e a circulação da informação se constituiu como parte triunfante do novo mundo, a arte moderna portuguesa desenvolveu-se por episódios singulares e amplas descontinuidades. A reacção a este contexto foi a emigração de alguns dos mais relevantes artistas para Paris: primeiro Amadeo de Souza-Cardoso, situação interrompida pela Grande Guerra e sua morte prematura; posteriormente o caso maior e definitivo de Maria Helena Vieira da Silva, a quem Salazar viria a retira a própria nacionalidade. As dinâmicas das vanguardas sobre o incipiente contexto moderno permitiram construir um conjunto significativo de experiências, quer no início do século, quer na transição da década de 40 para 50s, com a terceira geração modernista. Também pela primeira vez se apresentam os desenvolvimentos da prática fotográfica desenvolvidos neste período. Quase sempre marginalizados pela História da Arte surgem agora como uma participação plena e em diálogo com as outras práticas artísticas. É para esta época e reconfiguração da modernidade então operada, que esta exposição presta especial atenção. Foram de facto os Abstraccionistas, os Neo-realistas e os Surrealistas que produziram essa modernidade prometida por Amadeo de Souza-Cardoso, passada como testemunho por Almada Negreiros e que estes artistas deram corpo e conflitualidade. No seu limite Joaquim Rodrigo e Paula Rego abriram outros caminhos para novas ficções. Amadeo de Souza-Cardoso e os Primeiros Modernismos: O Modernismo surgiu em Portugal na sequência de Revolução da República, em 1910, das estadas dos artistas em Perus e das cescenttes trocas de informação e contactos com as vanguardas emergentes, que esta situação proporcionou. Também a geração lirerária, reunida em torno de Fernando Pessoa e das revistas Ordeu ou Portugal Futurista, deu ao moviemnto modernista uma importantíssima amplitude e profundidade. Amdeu de Souza-Cardoso, fixado em Paris, foi o único artista que participio em algumas das mais revelantes exposições da vanguarda internacional. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial ficaria exilado no seu próprio país, ainda que acompanhado durane o ano de 1915 pelos Delaunay. Aqui desenvolveu solidariamente as experiências mais radicais sobre as novas concepções de espaço pictórico, até morrer prematuramente, em 1918. Depois do conflito, uma segunda geração estagiou em Paris, sem participações significativas em exposições ou novas experiências e trazendo para Portugal uma modernidade conservadora, distanciada das vanguardas. Apenas Mário Eloy conheceu outras referências, em Berlim. O contexto artístico local mantinha-se "um mal-entendido sem remédio", nas palavras de Almada Negreiros. É apenas nos meados da década de 1930 que ocorre uma assimilação superficial da modernidade, então dedinida por António Ferro, o seu promotor oficial tolerado pelo fascismo, nos limites de um "indispensável equilíbrio", sem "incompatibilidade entre um regimo de Autoridade consciente e a arte moderna". Nesse anos 30, Almada Negreiros, regressado de Madrid onde fora compreendido e estimado, desenvolve um retorno ao classicismo de matriz picassiana, dando início a uma pesqueisa sobre o cânone ocidetal, que ocupará o seu trabalho futuro. Simultaneamente ocorrem outras tentativas dispersas de reformulação do modernismo com nocas propostas intedradas no quadro das vanguardas internacionais. António Pedro, em Paris, retoma a exploração da relação entre palavra e espaço, iniciada com a geração do Orfeu, para seguidamente realizar as primeiras pinturas surrealistas, juntamente con António Dacosta. M. H. Vieria da Silva dá inicio ás suas explorações espaciais a partir de arquitecturas imaginadas ou transfiguradas. Abstracção Geométrica: Este anos, de 1945 até ao final da década seguinte, assistem á entrada em cena de uma geração jovem preocupada com um envolviemnto profundo nas diferentes vias da modernidade e das suas manifestações de vanguarda. Tratou-se assim de constituir uma mais complexa elaboração dos aspectos com que as práticas artísticas se articulavam. No pós-guerra europeu, a prática da abstração construtivista reconstitui-se como uma vanguarda no Salon des Réalités Nouvelles de Paris e que encontrou desenvolvimentos significativos no contexto portugês. Foram assim os pintores abstractos geométricos que resgataram uma prática vanguardista interrompida durante três décadas com a morte prematura de Amadeo de Souza-Cardoso. Para artistas como Fernando Lanhas, Nadir Afonso ou Joaquim Rodrigo o dado primeiro da pintura é a especificidade formal dos seus elementos estruturais. As suas pesquisas centram-se num conhecimento essencialista da pintura e da busca de uma harmonização dos seus elementos constitutivos. Fernando Lanhas construiu diferentes cruzamentos não-ortogonais de linhas, que delimitam áreas poligonais irregulares, conferindo uma tensão e equilíbrio de formas que não excluem uma incerteza inerente á busca do conhecimento da pintura. A partir de 1949 implicou a pintura em elementos naturais como seixos cuja forma motiva a inscrição dos seus elementos geométricos. Nadir Afonso, trabalhando como arquitecto, em Paris, com Le Corbusier, partiu de formas geométricas da natureza e das suas intensidades cromáticas para operar sobre as suas relações de proporção e produzir formas complementares a partir das primeiras. Designou essa unidade formal geométrica de harmonia. As suas pinturas deste período apresentam-se como bandas onde se inscrevem ritmicamente os elementos geométricos, que se prolongam para lá dos limites da tela. Joaquim Rodrigo desenvolveu progressivamente uma procura da unidade entre a forma e o espaço matricial da pintura onde aquela se inscreve, para chegar a uma teoria da cor que lhe permitiu a unidade plena de todos os elementos pictóricos. O seu sistema de composição puramente matemática ultrapassou o tradicional modelo sensitico e aproximou-o de problemáticas minimalistas.
Na Cabeça=Linha=Força, complemntarimso orgânico de 1913, as linhas são tensas e curvas, de modo que a forma não é «analizada» por planos, mas por representação de um trecruzar de superfícies arquedas, algumas das quais se alongam como fitas que na sua «torção» mostra a outra face. O sinal evidencia o corpo, humoristicamente; e, assim no aspecto mais puramente pictórico, reencontramos o que podeia ter ficado pretendido intelectualmente.
Guilherme de Santa-Rita ( Lisboa 1889 - 1918) foi um pintor e escritor Português, considerado introdutor do Futurismo em Portugal. Apenas resistiram duas das suas pinturas, todas as outras foram destruidas, segundo o seu desejo, pela sua família depois da sua morte. São elas, Orfeu no Inferno e Cabeça. Em 1912 era bolseiro de Belas-Artes em PAris, com apenas 23 anos de idade, viu a exposição dos futuristas italianos e aderiu ao movimento. Para muitos o intodutor do futurismo em Portugal- o mentor ausente e secreto- é sem dúvida um personagem misterioso e ao mesmo tempo fascinante; companheiro de Amadeu em Paris viria a ser «lançado» pelo Portugal Futurista que de forma verdadeiramente sensacionalista o apresenta como o criador do futurismo em Portugal. A produção pictórica de Santa-Rita revela-se a dado tempo surpreendente e muito coerente na sua evolução, ultrupassado de quadro para quadro uma estética exclusivamente futurista de raiz italian-francesa, para em progressão se vir a desvincular da descrição dos objectos e penetrar em linhas e cores nos terrenos das qualidade abstracto-compositivias próprias; sondando sempre com uma intenção declarada os aspectos da autonomização da cor e da concepção da composição, partindo da relação de tensões entre a cor, a linha e a arquitectura estrutural linear-geométrica. Se se pode insistir num humor moderno que Santa-Rita terá sido o primeiro a entender e a viver, pouco preocupado com a «obra», é para melhor se poder sentir a agitação que provocou entre os seus contemporãneos. Santa-Rita utilizava de forma singular para títulos dos seus quadros longas frases descritivas segundo um código fututrista pessoal, em que propõe sistemas diferentes de abordagem sensível «radiográfica», litográfica e mecãnica, ou ainda referir um «inter-seccionismo plástico» que nos faz lembrar certas experiências poéticas contemporãneas, de Pessoa e de Almada. O caso destes artistas portugueses do «século novo» é, além de tudo o mais que se possa dizer, muito importante pela voluntariedade heróica que a sua própria modernidade exigiu, pelo grande isolamento em que frequentemente se encontraram quando foram verdadeiramente inovadores, e pela incompreensão a que foram votados e que de certo modo ainda hoje persiste. Morreu em 1918, no mesmo ano que Amadeo de Souza-Cardoso, marcando o fim da primeira fase do modernismo português, entrando o Futurismo em Portugal em declínio e tudo enfraquecera e perdera sentdo. Em fins de 1919, um jornalista anónimo dava conta da dispersão do grupo e do seu fim, ou do fim da sua escola. O sonho de Fernando Pessoa de um «super-homem», de certo modo havia acabado com a morte de Santa-Rita, continuando contudo, juntamente com Almada, a lutar contra a «mediocridade» e o sentido de inferioridade do português. Fica assim a memória da dimensão do sonho deste grande vulto - e símbolo- de uma juventude que acreditava firmemente na criação pura e desvinculada do artificialismo da sociedade de consumo ou da opressão cultural, ou não, entre os homens. Que sería da Arte se ela não fosse, antes de tudo, a reacção, o protesto, a recusa, a variante, a proposta nova, a resposta individual de um homem vivo, particular e único? Se a obra de Arte, ao contrário da emergência do imprevisível que é, fosse um grupo «estatístico», seria possível planificar o sonho com antecedências.....ora isso sabemos que é impossível. O tributo, as dores e desesperos de Santa-Rita, Amadeu, Almada, Viana e muitos outros que sofreram para ganhar o aplauso dos ignorantes e dos adormecidos, não foi esquecido.
Pintura ( Desdobramento-Intersecção). 1914
Óleo sobre cartão. 33v23 cm
Amadeo de Souza-Cardoso
Amadeo de Souza-Cardoso
Amadeo de Souza-Cardoso
Amadeo de Souza-Cardoso
Eduardo Viana (1881-1967),
Eduardo Viana, Revolta das Bonecas (1916) há uma influência nítida do casal Delaunay; uma figuraçãomuito diluída de bonecos de reminiscência folclórica é integrada em movimentos circulares, desconstruções espaciais e densas sobreposições de fragmentps coloridos que tornam a composição um exemplo de pura dinâmica, raro na sua obra.
Eduardo Viana ( 1881 -1967), nasceu em Lisboa, após ter frequentado a Escola Nacional de BElas-Artes, entre 1896 e 1905, e desiludido com o ensino académico em Portugal, partiu para Paris, cidade onde residiu entre 1905 e 1915. Participou na I Exposição Livre, em 1911 (Salão Bobone), com seis trabalhos enviados de Paris, naquela que foi considerada a primeira exposição anti-académica em Portugal. O seu regresso em plena guerra coincidiu com a estada em Portugal de Amadeu de Souza-Cardoso e do casal Delaunay, todos eles, e de diferetes maneiras, num exílio forçado entre manhufe e Vila do Conde. Esta proximidade permitiu um intenso convívio e partilha de experiÊncias cubistas e simultaneístas ( caracteriza-se por uma pintura em forma de discos que se subdividem em rectângulos, por sua vez constituídos em sete circunferências, ou franjas de cor, dispostas segundo as leis dos contrastes simultâneos; o orfismo representa uma evolução do cubismo de Gris e Picasso, por forma a conferir-lhe mais ritmo e movimento. A técnica dos contrastes simultâneos e dos arcos de circunferências foi desenvolvida por Robert e Sonia Delaunay preocupados em transferir para a pintura o dinamismo das urbes modernas. A parti de 1967, Sonia adapatou esta mesma técnica ao desenho têxtil.
Eduardo Viana, 1925, óleo sobre Tela, 96x146cm
Na Obra Nu ( Mulher Deitada) de 1925, a expressividade e explosão cromáticas, de reconhecida influência fauvista, dão origem a corpos de presença opulenta e sensual. Réplica reduzida da escultura "Torso", de francisco Franco
Cavalos
Dórdio Gomes nasceu em 1890, em Arraiolos, e morreu em 1976, no Porto. Entre 1921 e 1926, viaja por vários países europeus, tendo particularmente estudado a pintura renascentista italiana. Em Paris, toma contacto com a obra de Paul Cézanne, que marcou fortemente a sua pintura inicial. A acentuação de planos e volumes na representação da paisagem, associada a uma pincelada e cromatismo de cariz expressionista, está bem patente em toda a sua primeira obrea, particularmente na pintura Cavalos, realizada em plenos anos 20. Estas influências marcam a sua apresentação na exposição dos Cinco Independentes ( em conjunto com os artistas Henrique Franco, Alfredo Miguéis, Francisco Franco, Diogo de MAcedo). A paisagem alentejana domina tematicamente a sua produção artística desde meados da década de 20. Desenvolveu paralelamente o género do retrato, para além de outras temáticas de que são exemplo as pinturas murais do Café Rialto ( já desaparecido), da Livraria Tavares Martins e da igreja de N. Senhora da Conceição, no Porto.
Abel Manta, nasceu em 1888, em Gouveia, morreu em 1982, em Lisboa. Frequentou a Escola de Belas-Artes, terminando o curso de Pintura em 1916. Três anos depois, em 1919, vai para Paris, onde participa em dicersos salons, e onde tem a oportunidade de descobrir artistas impressionistas e a obra de Cézanne, que iriam permanecer como a sua grande influência. A escolha da representação de naturezas-mortas, juntamente com os retratos, confirma o interesse de Abel Manta pela análise paciente dos objectos na sua identidade natural e a atitude de submissão e fidelidade aos modelos. A obra Jogo de Damas, de 1927, revela este seu pendor para a situação quase fotográfica de observação atenta de atitudes, figurando a sua mulher, a pintora Clementina Carneiro de Moura, concentrada sobre o xadrez do tabuleiro, distante no pensamento de um parceiro que se encontra à sua frente. Representados numa perspectiva ligeiramente subida em relação ao plano da cena, apresentam tal quietismo que parece, ao espectador, estar perante a tensão da próxima jogada. Como na quase totalidade da sua obra, trata-se de uma reactualização dos valores construtivos e plásticos de Cézanne, a par de um gosto figurativo naturalista e de um sensualismo plástico que encontra na força expressiva da mancha a sua maior aliada. Esta atenção ao realismo da situação, à "fidelidade do visto", pode ter sido passada a Abel MAnta por um dos seus mestres, Columbano Bordalo Pinheiro, que o artista evoca, particularmente nas cenas de interior, nas atitudes e na esolha de momentos subtis. Tal como acontece com Dórdio Gomes, com quem expõe em 1965, a obra de Abel Manta caracteriza-se como "tradicionalista" para uns e "moderna" para outros.
Dominguez Alvarez ( 1906-1942), natural do Porto onde nasceu em 1906, ao longo da sua vida participou em poucas exposições colectivas, destacando-se a do grupo "Mais Além" (1929). Na arquitectura linear da sua obra, qualquer alteração da geometria balança o mundo, tornando-se consequentemente agente de perturbação. O seu trabalho pode dividir-se em três fases. Uma primeira, iniciada em 1927, denominada "vermelha", revela uma paleta de cores alegres, em diálodo com negros, cinza e brancos, que se modelam para a criação depaisagens urbanas, onde os telhados rubros coroam cenários de luz singelos e toscos. Em 1930, uma incursão pelo abstracionismo permite-lhe ainda o uso dessa paleta aberta, quase festiva, sobretudo quando entra no campo da aguarela, em que também experimenta uma gramática cubista. Porém, logo desde o ano e até 1937, opera-se uma importante alteração, começando a fase dos quadros fantásticos, de inspiração espanhola, num paisagismo dramático e intenso, em que perpassam retratos urbanos, campestres ou rostos. Loucos, cemitérios, igrejas, montes estabelecem os contornos de personagens de um universo inquietante e misterioso. A paleta torna-se opaca, abraçando uma luz de oiro velho e negro, que pressagia a morte, vivendo a composição de linhas tensas, desfiadas, alongadas, que mesmo quando a estruturam ao eixo, verticalmente, a fazerm abalar no traçado de uma oblíqua ( de que é claro exemplo a tela D.Quixote), instaurando a dúvida e a conturbação. A paleta, povoada de sobras, mesmo quando aparentemente feliz, entra em agonia no apertado diálogo com a composição, qm que a instabilidade do cenário, operada pela inquietação das linhas que nos fazem tremer o olhar, nos mostra o quando é frágil a racionalidade e a agónica a vida. Dórdio Gomes foi seu professor, em que muitos do seus quadros, aquando da sua morte prematura aos 36 anos por tuberculose, ficaram no seu atelier de trabalho, não estavam assinados pelo artista. A Escola de Belas Artes decidiu então que essas obras fossem carimbadas no verso e assinadas pelos mestres Dórdio Gomes e Joaquim Lopes, como forma de autentificação.
Mário Eloy - Menino e varina, 1928, Óleo sobre tela, 49 x 43 cm
Mário Eloy - O Poeta e o Anjo, 1938, óleo sobre tela, 80x100
Carlos Botelho - Recanto de Lisboa, 1936, 104,5 x 100 cm
Dominguez Alvarez ( 1906-1942), natural do Porto onde nasceu em 1906, ao longo da sua vida participou em poucas exposições colectivas, destacando-se a do grupo "Mais Além" (1929). Na arquitectura linear da sua obra, qualquer alteração da geometria balança o mundo, tornando-se consequentemente agente de perturbação. O seu trabalho pode dividir-se em três fases. Uma primeira, iniciada em 1927, denominada "vermelha", revela uma paleta de cores alegres, em diálodo com negros, cinza e brancos, que se modelam para a criação depaisagens urbanas, onde os telhados rubros coroam cenários de luz singelos e toscos. Em 1930, uma incursão pelo abstracionismo permite-lhe ainda o uso dessa paleta aberta, quase festiva, sobretudo quando entra no campo da aguarela, em que também experimenta uma gramática cubista. Porém, logo desde o ano e até 1937, opera-se uma importante alteração, começando a fase dos quadros fantásticos, de inspiração espanhola, num paisagismo dramático e intenso, em que perpassam retratos urbanos, campestres ou rostos. Loucos, cemitérios, igrejas, montes estabelecem os contornos de personagens de um universo inquietante e misterioso. A paleta torna-se opaca, abraçando uma luz de oiro velho e negro, que pressagia a morte, vivendo a composição de linhas tensas, desfiadas, alongadas, que mesmo quando a estruturam ao eixo, verticalmente, a fazerm abalar no traçado de uma oblíqua ( de que é claro exemplo a tela D.Quixote), instaurando a dúvida e a conturbação. A paleta, povoada de sobras, mesmo quando aparentemente feliz, entra em agonia no apertado diálogo com a composição, qm que a instabilidade do cenário, operada pela inquietação das linhas que nos fazem tremer o olhar, nos mostra o quando é frágil a racionalidade e a agónica a vida. Dórdio Gomes foi seu professor, em que muitos do seus quadros, aquando da sua morte prematura aos 36 anos por tuberculose, ficaram no seu atelier de trabalho, não estavam assinados pelo artista. A Escola de Belas Artes decidiu então que essas obras fossem carimbadas no verso e assinadas pelos mestres Dórdio Gomes e Joaquim Lopes, como forma de autentificação.
Mário Eloy - Menino e varina, 1928, Óleo sobre tela, 49 x 43 cm
Mário Eloy - O Poeta e o Anjo, 1938, óleo sobre tela, 80x100
Mário Eloy ( 1900-1951), nasceu em Algés, e com ele a génese do segundo Modernismo português : Mário Eloy de Jesus Pereira, revelou-se um irreverente autodidacta, cunhando todas as suas obras de uma excentricidade muito pessoal, fruto do agitado e longo caminho que percorre. Trabalha em sintonia com a primeira geração do Modernismo português, vivendo as preocupações de um século á beira da ruptura e as revoluções que exaltam o povo. Como Almada Negreiros, mesmo quando ausentes de Portugal, idealiza para a sua terra natal os mais ambiciosos projectos, a par do que vai acontecendo no estrangeiro, porque ambos sentem que lisboa lhes pertence. Eduardo Viana será também uma gigura muito importante no desenrolar das obras de Eloy e convida-o a participar na primeira Mostra de Arte Moderna, que organiza em 1925. Mário Eloy tenta ler para além das aparências: interessam-lhe a expressividade das sensações e emoções interiores, optando frequentemente pela deformação ou desfiguração caricaturada. Nota-se na sua obra ligeiras afinidades com a obra plástica e poética de Chagall: o romper com a realidade, a vontade de fugir, de evasão, provocados pelo controverso contexto nacional e internacional. O personagem foge do quadro envolvido em cores fortes, entre os azuis e os verdes repletos de intensidade, pintados com tintas sobrepostas que criam ondulações e vibrações no sentido da fuga. A rudosidade da tela incomoda igualmente a leitura da obra; o abraço desenperado à outra figura esboçada e sem expressão reflecte o seu estado de espírito. Morre a 5 de Setembro de 1951, deixando uma obra em que se cruzam a expressão individual e o compromisso social.
Carlos Botelho - Recanto de Lisboa, 1936, 104,5 x 100 cm
Carlos Botelho, natural de Lisboa, onde nasce em 1899, filho de músicos, quase se profissionaliza como violinista, antes de enveredar pelas artes plásticas. Iniciando cedo a carreira profissional, trabalhou na cerâmica industrial, artes gráficas ( cartazes e ilustração), banda desenhada, caricatura, decoração, tapeçaria, cenografia de teatro e de ballet e pintura. Como quase todos os artistas da segunda geração dos modernistas, é nos campos da caricatura e da ilustração, mais permeáveis á experimentação, á inovação e ao desejo moderno de cosmopolitismo, que desenvolve obra inicial e encontra mercado. Mais liberto do que a pintura, o seu desenho de ilustração e caricatura expressa-se atravéz de um traço limpo, de inspiração inicial na herança satírica de Rafael Bordalo Pinheiro, mas atualizado pela integração de experiências com que se confronta no quotidiano nacional e nas suas múltiplas viagens. O artista dedica-se a inventar múltiplas faces de lisboa, numa herança que cita um vedutismo ( pintura de vistas urbanas, italianas do século XVIII), trabalhando, algo caprichoso e fantasista. Veja-se o modo como alguns edifícios são deliberadamente recriados, botelho faz também de Lisboa laboratório de impressões e experiências que traz de outras cidades, de outros pintores. A cidade de Lisboa é construída por uma teia geométrica orientadora, as primeiras incursões nestes registos denotam uma qualidade táctil, texturada, da mancha, obtida atravéz de uma pincelada que, volumoda, voluptuosa, orienta o olhar para o desenho e cria nuances lumínicas na composição.
António Dacosta - Episódio com um cão, 1941, Óle sobre Tela 90 x 51 cm
António Dacosta, foi um poeta e pintor português, formou-se na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Participou na exposição surrealista de 1940 em Lisboa, com António Pedro e Pamela Boden. Em 1947, foi viver como bolseiro para Paris. Foi um dos principais nomes da pintura surrealista, abandou a pintura em 1949, dedicando-se em seguida á literatura ( crítica de Arte). Um dos motivos que o fez abandonar a pintura foi a perca de grande parte das suas obras que arderam num incêndio. Em 1975 retomou a pintura. Dacosta contribui plenamente para a introdução do Surrealismo em Portugal. A sua pintura apresenta geralmente um carácter dramático, melancólico ou mesmo violento. Recomeçou a pintor por volta de 1975, trabalhos abstractos, de pequenas dimensões, com colagens, muitos deles representando paisagens de ilhas açorianas em composições de carácter simbólico ou mítico. Na década de 80, o ambiente de convicto regresso á pintura que se fez sentir, com os contornos de uma expressão assumidamente individualista e reflexiva, foram favoráveis ao desenvolvimento da sua investigação pictórica, que se caracterizou pela utilização de temas figurativos em contextos de perplexidade ( paisagens e praias, figuras humanas e animais, ninfas, sereias e deusas).
Almada Negreiros – A Sesta, 1939 (Carvão sobre papel, 68 x 100 cm)
José de Almada Negreiros ( 1893-1970) , a popularidade de Almada Negreiros virá, em grande parte, da sabedoria com que soube aliar uma profunda compreensão dos valores dos tempos modernos a um apego - manifestado na sua maturidade artística e intelectual - aos valores estéticos e ideológicos da tradição. O artista forma-se á margem do ensino artístico tradicional ( Almada não passa por nenhuma escola de belas-artes) e revela-se, desde 1912, com a presença no I Salão dos Humoristas. A sua actividade criativa passa sobretudo, nessa altura, pela ilustração e pela caricatura, que publica em jornais e em revistas de humor da época. O interesse de Almada pelas artes gráficas estende-se á publicidade, ao cartaz, ás capas de revistas, como a Contemporãnea (1922), e á decoração de interiores. Os seus primeiros quadros são obras de carácter decorativo, que concebe para vários estabelecimentos comerciais de Lisboa, como o conjunto de quatro painéis figurativos que executa, em 1913, para a Alfaiataria Cunha, Brasileira do Chiado, etc... A dança é também uma das suas grandes paixões.Almada experimenta também outros suportes, como a tapeçaria, o azulejo ou o mosaico, regressa ao vitral, com os desenhos para a Igreja Santo Condestável em Lisboa (1951). Do ponto de vista plástico, a obra manter-se-ia sempre alicerçada na persistência do desenho como meio e fim da actividade criadora. Nunca a cor, a matéria pictórica, extravasa os limites impostos pela razão do traço, mesmo quando o artista abraça um maior experimentalismo, informado pela intuição da gramática pós-cubista, com as linhas entrecruzando-se no plano, com os contornos dos corpos resolvidos, sinteticamente, num desenho orgânico próximo da defenição geométrica ( círculos, arcos de círculo, ovais....). As formas da sua predilecção são sobretudo as pessoas - os saltimbancos ( Acrobatas, 1919) e arlequins ( Arlequim e Colombina, 1938). O grande Retrato de Fernando Pessoa (1954), obra emblemática da produção pictórica dos anos 50, foi executado para o restaurante lisboeta Irmãos Unidos.
Fernando Lanhas ( Porto, 16 de Setembro de 1923), é um pintor e arquitecto português. Estudou arquitectura na Faculdade de Belas-Artes na Universidade do Porto, mas ficou conhecido como sendo um pintor abstracto. Arquitecto-pintor, poeta, astrónomo, colecionador de seixos, de que aprecia as texturas pardas. É um dos pioneiros da abstracção geométrica em Portugal. Toda a sua obra é uma concepção original da pintura, como cálculo racional, reflexão ascética, equilíbrio traduzido na ordem geométrica. Pintor neofigurativo, de tendência geometrizante.
Nadir Afonso, concluiu arquitectura na ESBAP e estudou Pintura na École des Beux Arts, em Paris. A sua total propensão para a pintura em detrimento da arquitectura impõs-se desde cedo, assim como a ânsia de procura das essências e do absoluto. A passagem pelos ateliês de Le Corbusier (1948-1951 e de Oscar Niemeyer não foi sufeciente para o demover da convicção de que "a arquitectura não é arte [...] é uma ciência, uma elaboração de equipas" e um "labirinto de contingências" no qual a arte não pode afirmar-se. Fez parte dos Independentes ( Resende, Lanhas, Pomar), no Porto, em todas as exposições que realizaram até 1946. Em 1943, redige os seus primeiros estudos, altura em que os fenómenos da óptica e da geometria já lhe interessavam muito. Nos anos 70 e 80, continua a desenvolver abundantes estudos de cidades: linhas imbricadas, ondulações que dinamizam a geometria dos edifícios, espirais, pontos de fuga, malhas, alguma profundidade de campo. No final dos anos 80, são frequentes trabalhos com a figura humana definida por traços análogos aos que desenham os fundos e relações compositivas de gesto e geometria. Para Nadir Afonso, o fosso entre as faculdades do raciocínio e as da percepção é enorme, mas é nas segundas que reside a capacidade inconsciente e inata de entendimento das leis naturais. è necessário ir contra a ilusão do saber racional e científico, mesmo o dos geómetras, contra a ilusão da imanência dos objectos e contra as tendências mística e psicologicizante de interpretação. O primado da relação entre as coisas e, entre elas e o sujeito, é fundamental na crítica que fáz ao materialismo e do idealismo, propondo a alternativa individual, baseada na exactidão "moral" de uma lógica matemática. Segundo Nadir, a "estética não poderá constituir-se senão através de uma fenomenologia da geometria perceptiva".
Fernando Lanhas ( Porto, 16 de Setembro de 1923), é um pintor e arquitecto português. Estudou arquitectura na Faculdade de Belas-Artes na Universidade do Porto, mas ficou conhecido como sendo um pintor abstracto. Arquitecto-pintor, poeta, astrónomo, colecionador de seixos, de que aprecia as texturas pardas. É um dos pioneiros da abstracção geométrica em Portugal. Toda a sua obra é uma concepção original da pintura, como cálculo racional, reflexão ascética, equilíbrio traduzido na ordem geométrica. Pintor neofigurativo, de tendência geometrizante.
Nadir Afonso, concluiu arquitectura na ESBAP e estudou Pintura na École des Beux Arts, em Paris. A sua total propensão para a pintura em detrimento da arquitectura impõs-se desde cedo, assim como a ânsia de procura das essências e do absoluto. A passagem pelos ateliês de Le Corbusier (1948-1951 e de Oscar Niemeyer não foi sufeciente para o demover da convicção de que "a arquitectura não é arte [...] é uma ciência, uma elaboração de equipas" e um "labirinto de contingências" no qual a arte não pode afirmar-se. Fez parte dos Independentes ( Resende, Lanhas, Pomar), no Porto, em todas as exposições que realizaram até 1946. Em 1943, redige os seus primeiros estudos, altura em que os fenómenos da óptica e da geometria já lhe interessavam muito. Nos anos 70 e 80, continua a desenvolver abundantes estudos de cidades: linhas imbricadas, ondulações que dinamizam a geometria dos edifícios, espirais, pontos de fuga, malhas, alguma profundidade de campo. No final dos anos 80, são frequentes trabalhos com a figura humana definida por traços análogos aos que desenham os fundos e relações compositivas de gesto e geometria. Para Nadir Afonso, o fosso entre as faculdades do raciocínio e as da percepção é enorme, mas é nas segundas que reside a capacidade inconsciente e inata de entendimento das leis naturais. è necessário ir contra a ilusão do saber racional e científico, mesmo o dos geómetras, contra a ilusão da imanência dos objectos e contra as tendências mística e psicologicizante de interpretação. O primado da relação entre as coisas e, entre elas e o sujeito, é fundamental na crítica que fáz ao materialismo e do idealismo, propondo a alternativa individual, baseada na exactidão "moral" de uma lógica matemática. Segundo Nadir, a "estética não poderá constituir-se senão através de uma fenomenologia da geometria perceptiva".
João Hogan – Casario de Lisboa, 1952 (Óleo sobre tela, 100 x 73 cm, MNAC-MC)
João Navarro Hogan (1914-1988), morreu em Lisboa vítima de vascular cerebral. Neto do aguarelista Ricardo Hogan e sobrinho do pintor Álvaro NAvarro Hogan,o artista, de ascendência irlandesa, viveu sempre em Lisboa. A terra e a paisagem são os temas principais de toda a sua obra. Nos primeiros anos do seu trabalho, a paisagem teve um fundo naturalista, influenciado por Silva Porto e Malhoa, mas, em 1940, a pintura de Cézanne exerceu sobre Hogan um enorme fascínio, observando-se um afastamento progressivo da paisagem realista. Quase curiosamente desertas, só em algumas das suas paisagens aparecem elementos arquitectónicos, como pontes, aquedutos e casas rurais, sempre fechadas....O grau de elaboração das pinturas vai evoluíndo com um destaque progressivo de cores, planos e volumes.
Júlio Pomar, nascido em 1926, na altura do regime didatural Salazarista, assume claramente uma postura contrária ao mesmo, notória na sua produção deste período, vinculada á contestação política e social, fez da sua arte uma forma de intervenção na sociedade e na política. Tal como outros artistas da época, Júlio Pomar é influenciado por escritores que se impunham no panorama literário português. O momentâneo fortalecimento da oposição a salazar e uma temporária permeabilidade da censura promovem a entrada em Portugal de influências decorrentes da reconstrução cultural pós-guerra.Complementarmente as obras de artistas como Portinari e os grandes muralistas mexicanos - Orozco, Rivera e Siqueiros - encorajam os jovens artistas portugueses, como júlio Pomar, a fazer da sua arte um veículo de intervenção sócio-política.
Paula Rego (1935) Self-Portrait in red 1962 -óleo, lápis cera e colagem de papel sobre a tela
Paula Figueiroa Rego, nasceu em 1935 em Lisboa. Partiu em 1954 para frequentar a Slade School of Art em Londres. Casada com um inglês, tambem pintor Victor Eilling permaneceu em Inglaterra, onde fixou residência, desde 1976. "Pinto para dar uma face ao medo", oriunda de uma família da alta burguesia. Gestualista e espontânea, habituada a desenhar no chão, em contacto directo com os objectos da pintura, esta nova forma de vriar afasta-a do seu unierso infantil. A Arte Bruta vinha justufucar a sua necessidade de romper com o instituído e com a conformidade hipócrita que exalavam da ditadura de Salazar e da moral bafienta de uma religião com que não se identificava.
Vesperia
2 comentários:
sawbstGostei muito do post. Excelentes informações de história de arte portuguesa que disponibilizas aqui... continua!!!
sbwawdwad pa ti tmb
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